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Psicanalista defende fim do folclore

Fonte: Jornal "Folha de São Paulo"

Conquistar uma medalha de ouro em olimpíada vai além de ter preparo físico e tático adequado, competência, patrocínio e sorte. O Brasil sabe vencer? "Os brasileiros precisam legitimar o direito de vencer e buscar a vitória não pelo que representam, que é o carnaval, a fama, e sim por ter capacidade igual aos demais concorrentes", declarou o psicanalista Jacob Pinheiro Goldberg, que já trabalhou com campeões como Ayrton Senna e o time de vôlei do Report/Suzano. Para ele, é preciso por fim à posição psicológica que beira o folclore e sentimento de terceiro mundista.

"Acabar com o comportamento de caipira, de vira-lata."

Goldberg explica que o brasileiro sente-se inferiorizado aos demais. Vai competir derrotado. "Os atletas pensam assim: embora pobres, mal qualificados, esteticamente inferiores e até sem pista para treinar, conseguimos estar aqui", observa. "E ao olharem para os deuses do Olimpo, os favoritos, o brasileiro murcha." O psicanalista acredita que os atletas supervalorizam o fato de terem comido mal, de serem de origem humilde e feios esteticamente.

Quando conseguem uma medalha em torneios de grande importância, no entanto, passam a sentir-se como fenômenos, super-homens. "Isto é primitivo e infantil."

De acordo com Goldberg, o não-sucesso da delegação brasileira em Sydney é fruto de trabalho psicológico mal feito. "Parece que os atletas iam para a guerra", disse ao lembrar de uma palestra do psiquiatra Roberto Shunyashiki, antes do embarque para a Austrália, em que pisaram em brasa.

"Querer é poder! É pobre." Na sua opinião, é preciso fazer um trabalho psicológico a longo prazo, individualizado, científico, explorando recursos e objetivos pessoais.

Segundo ele, o sentimento de inferioridade está intimamente ligado ao de onipotência. O futebol oscilou entre uma posição narcisista para a de sobrevivente de dificuldades. Na olimpíada, ficaram em hotel cinco estrelas, longe da proposta do evento. "Não sentiram-se em casa e esqueceram que foram preparados até para jogar pelada na várzea", acrescentou. "Sem extremos, não somos piores e nem melhores, somos iguais aos outros."

Para Goldberg, o brasileiro que equilibra o preparo mental físico e tático, é o cavaleiro Rodrigo Pessoa, bronze com a equipe de hipismo. "Ele tem consciência do seu potencial."

Goldberg, no entanto, não condena a valorização de histórias como a da levantadora de peso e ex-lavadeira Maria Elizabete, nona na categoria até 48 quilos. "Eles precisam competir sem obrigação de vencer, pois este é o atleta autêntico."


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