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DIPLOMA
NÃO É TUDO
TALENTO VALE MAIS QUE UMA BOA FACULDADE
Todo mundo pensa que a faculdade é essencial para o sucesso
econômico de cada um. Quanto maior o prestígio da faculdade,
maior o sucesso. Pessoas que possuíssem as mesmas habilidades
se sairiam melhor e ganhariam mais quando se formassem em escolas
superiores de elite.
Os bons resultados seriam decorrentes dos contatos melhores,
dos colegas mais inteligentes, dos cursos mais difíceis e dos
professores mais qualificados. O problema é que aquilo que todo
mundo pensa não é verdade. Estudar em Harvard ou na Universidade
de Duke, nos Estados Unidos, não resulta automaticamenteem empregos
ou salários melhores.
Os estudantes formados nessas universidades geralmente se saem
bem. Mas o sucesso é decorrente de seu talento. Se estudassem
em universidades de prestígio menor, provavelmente teriam o
mesmo desempenho. As provas disso são apresentadas num estudo
de Alan Krueger, economista na Universidade de Princeton, e
Stacy Berg Dale, pesquisadorada Fundação Andrew W. Mellon. As
pesquisas anteriores ao seu estudohaviam concluído que os alunos
formados em faculdades de elite têm renda que supera suas habilidades
naturais. A vantagem chegaria de 3% a 7% para cada 100 pontos
de diferença entre as escolas em matéria de escores SAT (teste
de aptidão escolar em que os alunos recebem de 200 a 800 pontos,
utilizado como um dos critérios de admissão nas universidades).
Suponhamos que você tenha se formado numa faculdade cujo escores
SAT fossem em média 100 pontos superiores aos da minha escola.
O que os estudos teriam constatado é que você ganha pouco mais
do que eu. Se eu recebesse 50000 dólares anuais, você teria
cerca de 53500 (ou seja, 7% mais). Mas Dale e Krueger desconfiaram
que até mesmo essa pequena vantagem pode não passar de erro
estatístico. A questão, dizem, é que os estudantes aceitos em
escolas de elite talvez possuam capacidade maior de ganhos,
independentemente de onde estudem". As qualidades que os ajudem
a ingressar nessas faculdades "talvez sejam as mesma que são
premiadas no mercado de trabalho." Que qualidades? Disciplina,
imaginação, ambição, perseverança, maturidade, uma dose de habilidade
excepcional. Os dois pesquisadores estudaram o desempenho dos
calouros que haviam ingressado em 34 faculdades em 1976. As
escolas eram dos mais variados tipos, apresentando escores SAT
desde os mais altos até os mais baixos. Eles listaram quais
faculdades aceitaram e quais rejeitaram esses estudantes. Também
vieram a ganhar mais tarde. Em 1995, os homens formados por
essas escolas e que tinham emprego em tempo integral ganhavam
em média 89026 dólares, e as mulheres, 76 859 dólares. Dale
e Krueger traçaram comparações entre os alunos aceitos e os
rejeitados pelas mesmas faculdades. A teoria era que os responsáveis
pela admissão classificavam os estudantes segundo determinadas
qualidades pessoais, desde maturidade até ambição. Os estudantes
que obtivessem resultados semelhantes na pesquisa possuiriam
qualidades semelhantes. Em seguida, Dale e Krueger compararam
os ganhos atuais desses estudantes, sem levar em conta onde
estudaram. Não havia diferença entre eles. É provável, que a
explicação para o fato seja simples. Os estudantes conseguem
obter uma boa formação na maioria das faculdades, desde que
se esforcem para isso. "Um estudante inteligente que estuda
numa escola de nível inferior pode encontrar outros estudantes
inteligentes com quem compartilhar os estudos", escrevem Dale
e Krueger. Do mesmo modo, mesmo as escolas de elite têm alunos
pouco inteligentes e pouco esforçados. Uma vez no mercado de
trabalho, a faculdade em que você se formou pode fazer diferença
por algum tempo. No início da carreira, um diploma obtido em
uma universidade de elite pode causar boa impressão. Depois
disso, porém, o que a pessoa sabe ou não fazer passa a valer
muito mais. As pessoas desenvolvem habilidades, conquistam reputações.
Entre uma pessoa competente formada em Podunk e uma incompetente
com diploma de Princeton, as empresas darão preferencia à primeira.
Se você não consegue aproveitar o que Princeton tem a lhe oferecer,
Princeton não vai adiantar nada. O que o aluno leva à faculdade
é mais importante do que aquilo que a faculdade dá ao aluno.
Essa lição vale para muito mais do que apenas universidades.
Fonte: Revista Exame 09/02/2000 - por Robert
Samuelson
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